Castelo do Magriço
sendo também conhecido como Castelo de Penedono.
O castelo de Penedono
Apesar de ser relativamente pequeno em relação a outros castelos portugueses, a sua arquitectura específica, de misto de fortificação medieval com residência senhorial, remete a imaginação imediatamente para o típico castelo dos contos de fada e para cavaleiros a sair e a entrar dos seus portões.
O Castelo é altamente carismático, e eleva-se de forma altiva sobre Penedono, sendo a zona imediatamente nas imediações do castelo verdadeiramente reminiscente de uma época medieval. Devido à sua forma icónica, é alvo de imensas reconstituições históricas, encontrando-se no seu exterior réplicas de catapultas e balísticas usadas nas reconstituições, e de instrumentos de aprisionamento e tortura medieval no seu interior.
Apesar da sua configuração actual ter como origem a manutenção e remodelação no séc. XIV por ordens de D. Fernando, o castelo original precede a formação de Portugal, e a sua reedificação (indicando uma possível encarnação anterior de origem incerta) é documentada pela primeira vez no contexto da Reconquista Cristã por acção do Reino de Leão no séc. X, de forma a funcionar como fortificação defensiva contra ataques mouros. No entanto, durante o séc. XI, devido ao avanço e recuo constante de forças cristãs e mouras, o castelo foi andando de mão cristã em mão moura, até que com o estabelecimento do Reino de Portugal, o castelo cai em mãos portuguesas, e aí se fixa, tendo sido o alvo da atenção de famosos monarcas portugueses como D. Sancho I, D. Afonso II ou D. Dinis, atenção essa que também levou ao repovoamento de Penedono, visto que a posição do castelo era estrategicamente importante para a defesa das fronteiras nacionais, ironicamente em relação ao reino de Leão que em tempos teve o castelo na sua posse.
Forte lendário
O nome do castelo está associado com o seu passado lendário, derivado de Álvaro Gonçalves Coutinho, ou como é mais conhecido, o Magriço, um cavaleiro descendente de uma linhagem de alcaides do castelo, que se imortalizou pela sua referência nos Lusíadas como herói da narrativa dos Doze Pares de Inglaterra, uma narrativa exemplificativa dos ideais de cavalaria que tiveram o seu expoente máximo na Europa com o romance Arturiano, mas que encontram também expressão no poema épico de Camões.
A associação do castelo aos ideais de cavalaria e à fantasia medieval, tal como ao seu passado militar, é ainda fortalecida por lendas sobre pedras na base do castelo cuja cor avermelhada é devido ao sangue de mouros derrotados, assim como por lendas de tesouros escondidos por mouras encantadas nas suas imediações. Para quem tem a imaginação povoada pelo imaginário medieval, o Castelo do Magriço é uma visão que parece directamente tirada de um romance de cavalaria, mas que é real e enriquece o património da Beira Alta.