PALÁCIO / QUINTA DE MONSERRATE – Sintra
O nome Monserrate terá tido origem numa ermida construída no local em 1540, pelo padre Gaspar Preto, na sequência de uma peregrinação que fez ao santuário de Nossa Senhora de Monserrate, na Catalunha.
Nessa altura, a então Quinta da Bela Vista era pertença do Hospital de Todos os Santos, de Lisboa.
No séc.XVII o Hospital arrendou a quinta à família Mello e Castro, que a veio a comprar em 1718, sendo incorporada no morgadio de D.Caetano de Melo e Castro, Vice-Rei da Índia.
O terramoto de 1755 causou grandes estragos na propriedade que se foi degradando com o passar do tempo.
Em 1790 foi arrendada ao comerciante inglês Gerard DeVisme que ali mandou construir uma mansão em estilo neogótico.
Este manteve-se em Monserrate entre 1790 e 1793 e, além da construção da mansão, introduziu várias melhorias na propriedade
Outro inglês, William Beckford, veio a arrendar a propriedade em 1793 e procedeu a obras na mansão existente, dando ainda início a um jardim paisagístico
Em 1809 teve a visita de Lord Byron, poeta anglo-escocês e figura do movimento Romântico, que cantou a sua beleza no poema “Childe Harold’s Pilgrimage”
A Quinta de Monserrate foi adquirida em 1856, em estado de abandono, pelo britânico Francis Cook – mais tarde visconde de Monserrate – que, sob a inspiração do Romantismo, procedeu à reconstrução do palácio em estilo oriental
No interior um vasto corredor une os dois torreões. Nota-se uma clara influência da arquitectura mourisca, bem presente na sucessão de arcos sobre colunas, com as bandeiras decoradas com arabescos.
Sobressai a exuberância decorativa dos estuques e capitéis que acentuam o carácter orientalizante do conjunto, e que resulta num singular efeito estético
O Parque de Monserrate ocupa uma área de cerca de 50 hectares. A concepção do parque e dos jardins que envolvem o palácio soube explorar as particularidades do microclima da serra de Sintra
Os jardins, que incluem o vale dos fetos e a cascata artificial construída por William Beckford, ocupam uma área de cerca de 15 hectares. A restante área é constituída por uma envolvente florestal.
O palácio actual, que veio a ser a residência de Verão da família Cook, foi projectado em 1858 pelo arquitecto inglês James Knowles
Durante a década de 1920, o palácio foi posto à venda, acabando por ser adquirido pelo Estado em 1949